raiva

Mantenham certa distância...

Me deixem tomar banho em paz. Não me chamem. Não tentem abrir a porta. Não atendo o telefone. Não...eu não estou.

Meu carro me deixou na mão(eu sem bolsa e muito menos telefone, que eu tinha arremessado minutos antes, lá do outro lado do quarto) no meio do sol escaldante e em frente ao cemitério, pra completar, do alto de uma catacumba um homem meio que sem mexer um músculo da face, se debruça por cima do muro,e, imagino eu,pela expressão do olhar da criatura, ameaçou perguntar se eu precisava de ajuda...Me arrepiei da cabeça até o pé...Agradeci a súbita proliferação de motos na cidade e não pensei duas vezes em parar um moto taxista que passava...dessa vez não me queimei.

Ainda não descobri o motivo dos STOPs sucessivos e em vermelho no painel, somados à progresiva elevação no ponteiro da temperatura, me sinalizando dizendo PARA! PARA! PARA!que o negócio é sério...

Por falar em carro vieram me perguntar se eu mandei fazer a força(Sobre o evento do pneu furado naquela terça abençoada)...Sim mandei!( crendo eu, que fazer a força seria obviamente trocar o pneu!!!)Porque não inventam um vocabulário para os assuntos que envolvem carros bem mais simples???

Ainda com febre, por conta da V-A-C-I-N-A. Sofrendo novamente com as contrações uterinas, já tinha esquecido as incovenientes cólicas menstruais que tanto me maltratavam na adolescência. Uma tia-avó mentiu pra mim dizendo que quando eu casasse passava...Me apressei em casar e N-A-D-A. Após dar a luz da vida- de parto cesariana cuidadosamente planejado, as cólicas me deram uma certa paz... Até esse mês!!!!

Eu e a vizinha compartilhamos o mesmo muro -O meu!!!!- e que tem vista para a casa dela toda amarela( em seus mais variados tons), uma rachadura no MEU muro e vontade de mudar os tons de bege lá de casa decidi consertar o MURO e pintar. O verde jade seria demais para a vizinha dos tons superamarelos. Tentando minimizar os atritos disse que pintaria num tom neutro a parte do muro que compartilho com ela. Qual cor???? BRANCO...Chego em casa de moto...após o episódio no cemitério...E o pintor, com cara de quem viu uma alma penada, me comunica que a vizinha disse que o branco agride sua visão e não combina com a casa dela. Que ela QUER o amarelo ouro( da cor do cabelo dela). No meu muro!!!! Fui conversar com a moça. E agora vejo o porque minha mãe nunca gostou de muita amizade com vizinhos...Eu prefiro seguir a descrição de minha mãe...Minha vizinha é mal educada, grosseira e ainda tem mal gosto...Fez questão de dizer com uma voz estridente que meu tom de verde, já pintado do outro lado do muro, era HOR-RÍ-VEL!!!! Preferi engolir e não falar do grande mal gosto na escolha dos tons de amarelo da casa e do cabelo dela. Depois de insistir sem sucesso na neutralidade do branco eu desisti. Saí educadamente chamando a vizinha de querida, desejei uma boa tarde e que MEU muro permanece rachado e NUNCA será pintado de amarelo, não importa o tom.